Scenas da Foz by Camilo Castelo Branco
Scenas da Foz by Camilo Castelo Branco
Em 1825, morava na travessa do Caramujo, em S. Jo?o da Foz, uma familia de Amarante, que viera a banhos, e constava dos seguintes membros:
Pantale?o de Cernache Tello Aboim de Lencastre Maldonado e Sousa Pinto de Penha e Almeida. Sua mulher, D. Amalia Victoria Rui da Nobrega Andrade Vasconcellos Tinoco dos Amaraes. Sua filha, Hermenigilda Clara, com todos os appellidos paternos, e cinco de sua m?i. Duas criadas graves. Uma cozinheira, casada com o lacaio. Um escudeiro preto. Um gallego adjuncto á cavallari?a. Dous c?es de lobo; e, finalmente, uma cadellinha atravessada de c?o d'agua e galga.
Eu, Jo?o Junior; que estas cousas ponho em escriptura para memoria eterna, morava na rua de Cima de Villa, e da minha janella vi muitas vezes na sua o snr. Pantale?o, homem c?r de lagosta cozida, com cabelleira azulada pela ac??o do tempo, olhos refegados com debrum escarlate, papeira ampla como a dos cretins nos Alpes, e nariz poliédro como uma castanha do Maranh?o.{12}
A snr.a D. Amalia, se bem me recordo, era uma serpente. Orelhas, nariz, queixo, e todos os districtos da cara (nesse tempo eram comarcas) era tudo agu?ado e verrugoso, como uma mólhada de nabos velhos, em que as fitas amarellas da touca representassem a rama das nabi?as.
A menina Hermenigilda tinha cara de seraphim de c?ro d'aldeia: gorda e vermelha, cheia de vida estupida, olhos grandes como bogalhos, dentes anarchicos mas brancos como o seu nedio pesco?o, bra?o rico de tecidos cellulares, rendilhado de tumidas veias vermelhas, onde borbulhava o sangue cruorico de felicissimas digest?es de cabe?a de porco com feij?o branco.
Os servos n?o me lembra bem como tinham a cara, excepto uma das criadas graves, que diziam ser filha bastarda d'um frade bernardo, irm?o do snr. Pantale?o. Eu fiz tres dias descabellado namoro a esta rapariga, que tinha setenta e seis pollegadas. Ao quarto, vi-lhe um calcanhar aberto como ouri?o velho, e desanimei.
De quem me recordo muito é do escudeiro preto, que tinha a cara mais velhaca da ra?a de Ismael. Assobiava com perfei??o a Marìa Caxuxa, e jogava a marrada magistralmente com o gallego, supplementar aos machos da liteira, deixando-o quasi sempre estatellado no ch?o em fórma de meia-lua. E muitas vezes vi eu com estes olhos invejosos a menina Hermenigilda a brincar com o preto na sala, onde eu podia devassar estes innocentes brinquedos. O gosto d'ella era puxar-lhe a carapinha, e o gosto d'elle era, ao que parece, dar-lhe surras, que terminavam sempre quando a m?i, ou o pai, ou alguma das criadas appareciam no limiar da porta da sala.
Um meu amigo visitava esta familia, e d'ella soube eu que o snr. Pantale?o era senhor de casa vinculada, e a snr.a D. Amalia tambem era morgada, e a snr.a D Hermenigilda, por consequencia, uma opulenta herdeira. Soube mais que o snr. Pantale?o remontava a sua fidalguia a uma{13} personagem importante na dynastia goda, e n?o me recordo bem se era Athanaulfo, ou Roderico.
A genealogia da mulher diziam lá em casa que era a mais antiga da velha Lusitania, e contavam maravilhas de seus avós na India, e na Amarante. A herdeira, por segunda e inevitavel consequencia, tinha nas veias doze canadas bem medidas de sangue gothico, e por isso, a architectura externa fazia lembrar Orense ou S. Thiago de Compostella.
Entre os rapazes meus conhecidos da provincia, o meu inseparavel companheiro dos passeios a Carreiros era um mancebo de trinta annos, que tem hoje os seus sessenta e um, e está litteralmente escangalhado, como eu que o digo. Ent?o era elle esbelto, e galhardo, amigo de mulheres novas e vinho velho, como Byron, que elle vira no theatro de S. Carlos em 1813, e affirmava que bebeu com elle uma garrafa de aguardente de canna no Nicóla, botiquineiro do Rocio. Parece-me pêta, porque Byron, se emborcasse uma botelha de aguardente em Portugal, n?o nos chamava barbaros. Paiz onde um inglez se embebedar, será sempre um paiz civilisado.
Como quer que seja, o meu amigo provinciano era homem do grande mundo. Chamava-se Bento de Castro da Gama, e n?o sei que mais. Era natural de Cabeceiras de Basto, filho segundo da casa denominada do Olho-vivo, n?o sei porque deriva??o.
Seus pais mandaram-no estudar latim e logica no seminario de Braga. Bento corrompia o porteiro, e sahia de noite, a provar que a logica, sendo a arte de bem pensar, n?o exime um fraco mortal de pensar o peor que é possivel. D'essas envestidas nocturnas á moral, resultou um escandalo em casa d'um chapelleiro da Senhora á branca, e o seductor teve de fugir do seminario, onde estava debaixo de olho, pendurando-se para a rua nos len?oes.
Contava elle que o pai lhe abanara as orelhas, em quanto a m?i lhe preparava algumas tigellinhas de gelêa{14} de m?o de vacca, para o indemnisar das succulentas bochechas que deixara no seminario, emmagrecidas sobre o Novo Methodo do Pereira; e o desabrido Genuense.
A casa paterna era estreito horisonte para o nosso amigo. Uma bella manh? fugiu de casa, veio ao Porto, e assentou pra?a em infanteria. O pai, sabendo-o, mandou-lhe os documentos para se habilitar a cadete, e estabeleceu-lhe avultada pens?o para se habilitar a exercer todas as travessuras e maroteiras de que o seu caracter era susceptivel. Em seis mezes de pra?a estivera tres na cadeia, por causa de varios s?cos com que mimoseou os sargentos do corpo. Pediu a baixa, deram-lh'a promptamente, e recolheu a casa, onde n?o encontrou já vivo o pai.
Pouco depois, morreu a m?i. Bento de Castro pediu por conta da sua boa legitima alguns mil cruzados, foi gastal-os em Lisboa o melhor que p?de, e tornou para casa, onde o irm?o morgado o recebeu de bra?os abertos.
N'esse tempo é que eu o conheci na Foz, onde viera pela primeira vez a banhos, em 1825. Relacionei-me com elle na ca?a das gaivotas, e convivemos alguns mezes na sua casa de Cabeceiras de Basto. Passavamos ahi excellentes tardes no convento de Refojos, onde elle tinha tres tios, que eram santos var?es, doutos, e alegres. Ahi conhecemos José Pacheco d'Andrade, morgado de uma casa illustre, que nos ensinou a jogar o pau, como bom mestre que era! Na feira do Arco vimol-o nós uma vez varrer a feira com admiravel limpeza! Saltava como um gamo, e apanhava pela cernelha com uma bordoada o mais lesto jogador de Barroso! Fui amigo d'este homem e vi-o morrer vinte annos depois n'um palheiro onde mendigando, pedira gasalhado. O que o levou a este extremo é uma historia muito longa, e que já vi fugitivamente esbo?ada nos versos de n?o sei que livro.
Pergunta o leitor o que tem isto com as Scenas da Foz?{15}
Se me come?am com perguntas, estamos mal aviados! Um homem na minha idade, com a reputa??o feita, escreve as cousas como ellas lhe escorregam dos bicos da penna. Nem acizelo o estylo, nem torneio o pensamento, nem tra?o plano. N?o me apoquentem. Lá vamos á Foz.{16}
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco foi um escritor português, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Foi ainda o 1.º Visconde de Correia Botelho, título concedido pelo rei D. Luís. Foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa. Há quem diga que, em 1846, foi iniciado na Maçonaria do Norte,o que é muito estranho ou algo contraditório, pois há indicações de que, pela mesma altura, na Revolta da Maria da Fonte, lutava a favor dos Miguelistas como "ajudante às ordens do general escocês Reinaldo MacDonell", que criaram a Ordem de São Miguel da Ala precisamente para combater a Maçonaria. Do mesmo modo, muita da sua literatura demonstra defender os ideais legitimistas e conservadores ou tradicionais, desaprovando os que lhe são contrários.Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu manter uma escrita muito original.Dentro da sua vasta obra, também se encontra colaboração da sua autoria em diversas publicações periódicas como O Panorama, a Revista Universal Lisbonense, A illustração luso-brasileira (1856-1859), Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865), Archivo pittoresco (1857-1868), A Esperança (1865-1866), Gazeta Literária do Porto (1868) (também chamada de Gazeta de Camilo Castelo Branco devido à sua extensa colaboração como redator), a revista literária República das Letras (1875), Ribaltas e Gambiarras (1881), A illustração portugueza (1884-1890), e a título póstumo nas revistas A semana de Lisboa (1893-1895), Serões (1901-1911) e Feira da Ladra (1929-1943) (font: Wikipedia).
Noelle was the long-lost daughter everyone had been searched for, yet the family brushed her off and fawned over her stand-in. Tired of scorn, she walked away and married a man whose influence could shake the country. Dance phenom, street-race champ, virtuoso composer, master restorer-each secret triumph hit the headlines, and her family's smug smiles cracked. Father charged back from abroad, mother wept for a hug, and five brothers knelt in the rain begging. Beneath the jeweled night sky, her husband pulled her close, his voice a velvet promise. "They're not worth it. Come on, let's just go home."
Rumors said that Lucas married an unattractive woman with no background. In the three years they were together, he remained cold and distant to Belinda, who endured in silence. Her love for him forced her to sacrifice her self-worth and her dreams. When Lucas' true love reappeared, Belinda realized that their marriage was a sham from the start, a ploy to save another woman's life. She signed the divorce papers and left. Three years later, Belinda returned as a surgical prodigy and a maestro of the piano. Lost in regret, Lucas chased her in the rain and held her tightly. "You are mine, Belinda."
Abandoned as a child and orphaned by murder, Kathryn swore she'd reclaim every shred of her stolen birthright. When she returned, society called her an unpolished love-child, scoffing that Evan had lost his mind to marry her. Only Evan knew the truth: the quiet woman he cradled like porcelain hid secrets enough to set the city trembling. She doubled as a legendary healer, an elusive hacker, and the royal court's favorite perfumer. At meetings, the directors groaned at the lovey-dovey couple, "Does she really have to be here?" Evan shrugged. "Happy wife, happy life." Soon her masks fell, and those who sneered bowed in awe.
Betrayed by her husband and abandoned by her pack, Eliza Carter vows to rise from the ashes of her shattered life. Once a cherished Alpha's daughter, she's now determined to reclaim her pride and make those who wronged her regret it. But fate has other plans. When Eliza severs her bond with the man who broke her, a magnetic Lycan prince steps forward-her fated mate. Bound by destiny yet scarred by betrayal, can Eliza embrace a future of strength, love, and vengeance?
I'm a moaning mess as Antonio slams into me from behind. His hips hit me hard, and each deep thrust sends shockwaves through my body. My breasts bounce with every movement, my eyes roll back, and I moan his name without control. The pleasure he gives me is overwhelming-I can't hold it in. I feel my walls tighten around his thick length. The pressure builds fast, and then- I explode around him, my orgasm tearing through me. He groans loud and deep as he releases inside me, his hot seed spilling into me in thick pulses. Just when I think he's done, his grip shifts. He turns me over and lays me flat on the bed. His dark eyes stare into mine for a moment, filled with raw hunger. I glance down- He's still hard. Before I can react, he grabs my wrists, pins me down, and pushes himself inside me again. He fills me completely. My hips rise on instinct, meeting his rhythm. Our bodies move together, locked in a wild, uncontrollable dance. "You're fucking sweet," he groans, his voice rough and breathless. "I can't get enough of you... not after that night, Sol," he growls, slamming into me harder. The force of his words and his thrusts make my body shake. "Come for me," he commands, his voice low and full of heat. And just like that, my body trembles. Waves of pleasure crash over me. I cry out, shaking with the force of my orgasm. "Mine," he growls again, louder this time. His voice is feral, wild, like a beast claiming what belongs to him. The sound sends a shiver down my spine. *** Solene was betrayed, humiliated, and erased by Rowan Brook, the man she once called husband, Solene is left with nothing but her name and a burning hunger for revenge. She turns to the one man powerful enough to destroy the Brooks family from within: Rowan's estranged and dangerous uncle, Antonio Rodriguez. He's ruthless. A playboy who never sleeps with the same woman twice. But when Solene walks into his world, he doesn't just break the rules, he creates new ones just for her. What begins as a calculated game quickly spirals into obsession, power plays, and secrets too deadly to stay buried. Because Solene isn't just anyone's ex... she's the woman they should've never underestimated. Can she survive the price of revenge? Or will her heart become the next casualty? And when the truth comes out, will Antonio still choose her... or destroy her?
Elliana, the unfavored "ugly duckling" of her family, was humiliated by her stepsister, Paige, who everyone admired. Paige, engaged to the CEO Cole, was the perfect woman-until Cole married Elliana on the day of the wedding. Shocked, everyone wondered why he chose the "ugly" woman. As they waited for her to be cast aside, Elliana stunned everyone by revealing her true identity: a miracle healer, financial mogul, appraisal prodigy, and AI genius. When her mistreatment became known, Cole revealed Elliana's stunning, makeup-free photo, sending shockwaves through the media. "My wife doesn't need anyone's approval."
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